
A ORIGEM DE ALGUMAS PALAVRAS MUITO DEBATIDAS NESTA ÉPOCA ELEITORAL - De DEONÍSIO DA SILVA por Michael Wendder, adaptado
2010 ano eleitoral. Ano em que os gladiadores serão lançados ao apreço das massas, por que a cidadania é algo bem mais profundo que simples e meramente votar. Exercer o direito de sufrágio é algo tão poderoso que quase não se pode mensurar tamanha causa. Mas, se assim o é tão forte, tão poderoso, porque insistimos em viver nos cilos do "pão e circo", no cliclos do "cabresto", da ignorância? Porque? Na certeza é mais cômodo para ambas as partes continuarem de tal forma. De um lado a massa descrente anseia eleições apenas para "arrancar" alguns reais dos candidatos, pouco interessando a coletividade. O que vale é o cada um por si e Deus por nós - Na contramão desta, os políticos que mal acostumaram nossa gente, reforçam seus programas e auxílios do espetáculo Dantesco da "Cidadania participativa"
Olha que oralidade, fui a procura etimológica, ou seja, da origem da palavra de alguns termos que usamos em período eleitoral e deparei-me com eles, a saber, os candidatos são assim denominados porque na antiga Roma aqueles que se apresentavam a cargos públicos vestiam-se de branco. Suas vestes semelhavam a toga dos sacerdotes. Com isso, queriam demonstrar que eram puros, sobretudo em suas intenções. A palavra candidato veio de candidatus, vestido de branco. É mole ou quer mais? Vestido branco? Ocorre que eles reduziram a peça do vestido ao colarinho. Atualmente, quem tem vestido branco é mãe-de-santo. Alguns de nossos expressivos congressistas, valhem-se do "colarinho branco". Afinal de contas, o Brasil é um país tropical, muito calor aqui para usar vestido. Só o colarinho já está de bom tamanho.
A escória que nos governa esqueceu de uma coisa, ou de muitas mais, dentre as quais, a cor branca está associada, desde tempos remotos, às idéias de pureza e honradez. Nas democracias, marcadas por escolhas periódicas de representantes do povo, os candidatos passaram a vestir-se de muitas outras cores, mas permaneceu a etimologia do vocábulo. Entretanto, dado o que aprontam vários deles, inclusive depois de eleitos, a pureza foi sacrificada em nome de pragmatismos diversos, que incluem alianças dos supostamente puros com os comprovadamente corruptos.
Eleição (A ereção da massa, o tesão da cesta básica, o típico "malandro é malandro, mané é mané") também é palavra de origem latina. Veio de electione, escolha. Nos começos de nossa história política, exigia-se do eleitor certa renda, mas não instrução. Votavam apenas os ricos, ainda que fossem analfabetos. Depois estendemos o voto a todos os maiores de 18 anos, ricos e pobres, desde que alfabetizados.
Nossa atual Constituição, de 1988, revisada por Ulysses Guimarães na placidez da Fazenda São Joaquim, em São Carlos, no interior de São Paulo, conferiu o direito de voto a todos os brasileiros maiores de 16 anos, alfabetizados ou não. O voto é, no Brasil, além de direito, dever, já que é obrigatório dos 18 aos 70 anos.
Lindos os dispositivos da Carta Magna senhores, mas vos indago. O que mudou de Roma para cá? Exige-se instrução para votar? Óbvio que não, afinal de contas, “A politicagem busca gente que saiba ler, escrever e votar, não os que saibam pensar”. Hei, psiu: É facim, facim dona, só apertar os números lá e apertar no verdim. (sic) É tão "fácil" que até parece ritual macabro" e a idéia é essa. Uma mão lava a outra e a outra o eleitor leva na cara. Quem já viu político prestando contas fora do período eleitoral espontaneamente? (Piada)
Por fim, vereador, sinônimo de edil, vem do português arcaico verea, vereda, caminho. A função principal do vereador romano, denominado aedil, era verificar e tomar providências para a conservação dos edifícios. Edil e edifício têm origens semelhantes. Com o passar do tempo, vereador substituiu edil, mas as duas palavras designam a mesma função.
O vereador percorre as veredas - hoje elas se chamam avenidas, ruas, bairros, subúrbios, periferia - e vê o que falta ali. Faz seu projeto e o apresenta a seus pares na Câmara, assim chamada porque na antiga Grécia os locais em que os políticos se reuniam eram cobertos por abóbadas, semelhantes às das catedrais.
Em grego, abóbada é kamára. Quando passou para o latim vulgar, as pessoas começaram a pronunciar ""camára"", mas vieram uns falsos eruditos que, para diferenciar sua fala da do povo, tornaram-na câmara, proparoxítona. A língua portuguesa evita palavras proparoxítonas. O latim vulgar, o do povo, era mais coerente: ""camára"", como no grego.
As origens das palavras prefeito e município também são latinas. Os romanos denominavam praefectus a autoridade posta à frente das fortificações que cercavam o município. O praefectus, prefeito, era o chefe do municipium, município, o local onde as pessoas moravam e exerciam seus ofícios, tendo direitos e deveres.
Deputado veio do latim deputatu, enviado a alguma missão. (Gabriel, o pensador já nos revelou que missão foi essa) Em latim, deputare significou inicialmente podar, separar e, por fim, o sentido que hoje tem, de indivíduo que trata de interesses de outros. Já senatus, senado, conselho onde tinham assento os anciães, e senator, senador, o próprio ancião que atuava como conselheiro, também são palavras latinas. Este é também o caso de presidente, do latim praesidente, declinação de praesidens, presidente, designando aquele que está assentado à frente, na sede, no palácio, ocupando o primeiro lugar.
Para a presidência da república temos 3 candidatos expressivos: Dilma (PT) na continualismo, ao menos em tese do governo Lula, que entre prós e contras os benefícios foram assombrosamente maiores que os malefícios. Grifo - José Serra (PSDB), o candidato, na visão deste, mais preparado para a Presidência da República e os desafios do Brasil, rumo a potência mundial do século XXI e Marina Silva (PV) focada basicamente nas questões ambientais.
O poder, a capacidade de transformar a realidade está na assertiva de fazer a coisa certa e, coisa certa é aquela que acreditamos, confiamos. Temos apenas que aprender que “Não existe venda de votos. Existe compra de caráter”. O dia que isso ocorrer, poderemos dar outro sentido a sociedade, além do já preconizado por este, onde “Sociedade é a jaula onde entramos e esquecemos de ser cidadãos”
(fonte do texto principal: JORNAL DO BRASIL online)