É isso que eu sinto por você!


Eu queria dizer pra você que eu te amo
Simples e direto, sem meio termos ou colocações
Olhos nos olhos. Eu queria gritar aos bilhões que te amo.
Mas a nossa rosa é fechada e insiste em conservar os seus perfumes.
Não está pronta pra dividir o jardim com outros tons e aromas,
E ainda não aprendeu a ver os céus com mais estrelas que possui,
Nem o mundo com mais galáxias ou vidas além desse espaço;
Pitoresco e vaidoso que a mãe às ordens-pai cegamente segue.
Eu queria dizer tanta coisa pra você, tanta coisa boa, digna
Tanto carinho e zelo que levo e trago comigo aqui, guardado
Mas, as vezes só palavras não bastam. Elas são apenas o ponta-pé
De uma estrada cheia de percalços e longínqua, quase sem fim;
Que todos sabem de onde partem e pressupõem onde querem estar.
O bom de você, sabe aquela química bacana? Nossa! Nossa! Nossa!
O bom de você é que você me inspira e ao mesmo tempo eu te respiro
E nessas “coisas” que nem Durkheim explica e sigo rindo, vivendo.
É bom ter razões pra pensar e até mesmo pra sorrir da graça da vida.
É o milagre das coisas se modificando e refazendo novos milagres;
Ah! Como eu queria dizer que eu te amo. Livre e sem culpas.
Certo e sem temer as provocações das pragas à semente.
Mas enquanto às sombras voam pra encobrir esta estada;
E o privilégio certo tenta ser o novo avesso.
Não mais que direi que te amo. Eu queria muito dizer;
Mas, demonstrarei. Atos falam mais que palavras
Se titubear-me a voz da fala, ouça o som do meu coração
Dizendo que é complemente seu todo esse Samba-Bossa-Novo!
Isso não é poesia. É a minha alma cantando em palavras.
É isso que eu sinto por você: Amor!

Michael Wendder - Direitos Reservados

Composta na tarde 23 de setembro de 2010 às 14h22min – MS
Inspirado na idiossincrasia de RM

Matrimônio


Casei, agora ando armado todo dia;
Meus amigos fugiram de mim;
Meus parentes prestam continência;
E só restaram tropas e soldados comigo;
Agora, 07 de setembro é todo dia;
Sempre que saio às ruas com anel no dedo
E o "bemzim, armado" do lado,
Ouço sárcasticos louvores de todos os cantos
Milahres de querubins de asas quebradas berram:
Abram alas para o desfile: Lá vem o canhão!
Puta que os pariu e a mim também,
Onde estava com as cabeças?
O jeito agora é ir pra guerra, né bemzim!

Michael Wendder - Direitos reservados

Devaneios?


Chama minha alma à loucura;
E queima à flâmula que flutuando
Caminha à despertar esse oráculo.
Atenda sempre a voz do ermo;
E foge das entranhas naus da cura.
Sem medo ou pressões latentes;
Retorne a ligação depressa; rápido, vai!
Logo que der tom o pulso que resguarda este herege
É tenso estar no cárcere da liberdade;
Preso na ausência da convicção
E morto numa existência vazia de porquês.
Chama estas linhas sem Estado;
De tudo quanto temes ou mitigas:
De rosa, de amor, de pobre, de gente...
Chama de louco? Esta, posta está e sua, queima?

Michael Wendder - Direitos Reservados

Mãos a massa


Chorar? Tente sufocar as gotas de soluço afoitas;
Refaça os passos que o futuro chama incandescente;
E ascenda em nível brado militante a alegria singular;
Da velha e boa colcha de retalhos detalhados.
Sorrir? Só ou junto, gargalhar momentos é vital,
Quais são ou hão de ser, quem sabe os dias seus,
Aprontando as malas vem e vai do placar dois a um.
Maracas! Em reforma, mais breve torna impecável;
Viver? A eterna certeza de ser mortal e mais útil;
Ou menos fútil que uma imortalidade vazia;
De amor, de tinta, de pele a pela orvalhada.
Chorar? Tente soluçar só de alegria e se mundo cair
Mãos a massa, construa novamente a sua história,
Geografia, matemática, negócios, paixões, sua vida.
Mãos a massa, mãos amassam, mãos a caça!

Michael Wendder - Direitos reservados

Multidão


Um grito na multidão é sussurro
Ainda que empenhado de todo intento
Na calada da noite, um sussurro é como um grito
Ainda que fechado e obliquo.
Um grito, um sussurro e um susto:
Meu Deus o imposto aumentou.
Sem gritos, sem multidão, sem sussurros ou gemidos
É racionamento de idéias e vernáculo
Quando a crise chega, todo resto se dissipa
Economiza ou vai-se embora.

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