Fim de ano. Fim da linha. Mas, a estrada esta apenas aprendendo caminhar. E nós os tantos milhares de pés andantes estamos apenas ensinando à estrada qual e o melhor caminho.
Certo ou errado, o fato mais perturbador e, de igual sorte, brilhante, que existe é sabermos que nada saberemos até que este saber se torne material o suficiente para ser sabido de fato. Isso não e arranjo semântico ou palavras conexas simplesmente. A vida não precisa de colas, de preces ou esmolas. As maçanetas facilitam abrir a porta. Mas não é o único meio.
Eu não preciso de duas mães, nem você de três olhos para ser mais rápido. Duas línguas pra beijar melhor, nem dois daquilo para ser mais homem. Basta apenas não deixarmos pro o amanha este hoje tão passado de ontem, da geração dos agora “grandes meninos”.
Fim de ano. Fim de noite. Enquanto os pequenos deitam suas cabeças no colo da noite, procuramos deitar corpos no colo de ardores. Das Dores, da Oliveira, dos Anjos. Noite Feliz! E olha que o natal já foi. A noite desperta diz coisas tão claras que nem o mais límpido dos dias poderia traduzir. Voltando às escolhas da dissertação da vida, escolho não encolher o meu passado num empobrecer de mente e alma tal que seja para mim um vaga na lembrança ocupada por arranhas seus ou meus, somente.
Desejo que ao riscar minhas faíscas de sonhos para o ano novo que chega e se aproxima “rapidex”, não torne o frio da insegurança, nem a chama da incerta me brindar com um toque de casos ou acasos. Preciso de ensinar a chuva cair ou mar não derramar?
Fim da hora. Findo tempo que tinha antes de tocar-me os sonhos agendados.
Vou deitar, fechar os olhos e esperá-los com a ânsia de presente novo
E com o fervor de uma mulata paulista em seu melhor dia e angulo
Cada instante que passa e engatinham meus ponteiros para o pente
Resto, por fim, aguardar pelos disparos do meu peito e champanhe:
Cinco, quatro, três, dois, um : Feliz ano novo? Só o tempo dirá, mas, já risquei os pergaminhos e você? Planejou o que?