Fim de ano. Fim de noite


Fim de ano. Fim da linha. Mas, a estrada esta apenas aprendendo caminhar. E nós os tantos milhares de pés andantes estamos apenas ensinando à estrada qual e o melhor caminho.
Certo ou errado, o fato mais perturbador e, de igual sorte, brilhante, que existe é sabermos que nada saberemos até que este saber se torne material o suficiente para ser sabido de fato. Isso não e arranjo semântico ou palavras conexas simplesmente. A vida não precisa de colas, de preces ou esmolas. As maçanetas facilitam abrir a porta. Mas não é o único meio.
Eu não preciso de duas mães, nem você de três olhos para ser mais rápido. Duas línguas pra beijar melhor, nem dois daquilo para ser mais homem. Basta apenas não deixarmos pro o amanha este hoje tão passado de ontem, da geração dos agora “grandes meninos”.
Fim de ano. Fim de noite. Enquanto os pequenos deitam suas cabeças no colo da noite, procuramos deitar corpos no colo de ardores. Das Dores, da Oliveira, dos Anjos. Noite Feliz! E olha que o natal já foi. A noite desperta diz coisas tão claras que nem o mais límpido dos dias poderia traduzir. Voltando às escolhas da dissertação da vida, escolho não encolher o meu passado num empobrecer de mente e alma tal que seja para mim um vaga na lembrança ocupada por arranhas seus ou meus, somente.
Desejo que ao riscar minhas faíscas de sonhos para o ano novo que chega e se aproxima “rapidex”, não torne o frio da insegurança, nem a chama da incerta me brindar com um toque de casos ou acasos. Preciso de ensinar a chuva cair ou mar não derramar?
Fim da hora. Findo tempo que tinha antes de tocar-me os sonhos agendados.
Vou deitar, fechar os olhos e esperá-los com a ânsia de presente novo
E com o fervor de uma mulata paulista em seu melhor dia e angulo
Cada instante que passa e engatinham meus ponteiros para o pente
Resto, por fim, aguardar pelos disparos do meu peito e champanhe:
Cinco, quatro, três, dois, um : Feliz ano novo? Só o tempo dirá, mas, já risquei os pergaminhos e você? Planejou o que?

Vendaval


O vento sobre a areia sopra drasticamente meus temores;
Assim, meio sem princípios e tão rapido que nada detém;
Não tenho tempo de levantar a voz dessa agônia aguda;
Tão pouco de beber meu cálice de gemidos maltrapilhos.

O vento sobre o telhado descoberto não é romântico, nem lindo
É patético, pobre e aterrorizante. Quem precisa ver estrelas
Pra dizer um: Eu te amo? Quem precisa de luar pra ser feliz?

O vento frustra todas minhas vãs expectativas. Sopra e vai;
Levando pra longe e cada vez mais distantes aqueles sonhos
Que pensei saber traduzir em versos, emoções, rimas...

Pior que um vendaval a céu aberto na madrugada do Alasca
É o soprar de uma brisa corporal quente, mas extremamente fria.

Michael Wendder - Direitos reservados

Um feixe de verdade


A verdade, como um feixe de luz no quarto escuro,
Entrou, sentou e fechou a porta e as lacunas da janela.
Me falou tanto de si que tive medo e dor.
Me falou tanto de mim que tive dores e medos.
E meus modos? Onde despencaram os meus modelos?

A verdade, este arder em frio na mor célebre inversão,
O tal "olhos nos olhos" . Nada é tão fácil assim com ela.
Nada é tão difuso ou simples assim, diante dela.
Quem vai guardar meus segredos se olhar a verdade
meu cofre de planos? Ou quem vai esconder meus desejos
se ela se pôr como solo, quiçá quina, círculo e traços?
E o que seria das reticências se elas ganhassem voz?

A verdade depois das interrogações e dos tantos porques
Que viu em mim passar e desfilar como um brinde festeiro,
Saiu. Ela saiu ou menos tentou. Cadê a porta? Cadê?
Parou, ficou em pé e voltou dois ou três calados passos.
Tempo o bastante pra me sortir um nova mentira.
Não obstante pra mim sorrir uma nova mentira.

A verdade do mundo é assim: entre um nova mentira e,
Uma velha verdade, é incrível, o novo sempre vence,
Ainda que sob pós e tintas maquiado. Isso é beleza.
Então nossas verdades sempre novas mentiras,
E nossas mentiras: verdades transviadas de convicção.

O consolo dos mártires e de nossos avós é uno.
Vence, mas não triunfa a nova falácia sobre a velha liberdade
Não enquanto houver um feixe de verdade e verdade.
Sendo toda diferença em meio as sombras da escuridão

Michael Wendder - Direitos reservados

Mais que palavras


Estou calado,
Olhando nos olhos do tempo
E nos fios de cabelo do clima
Me atrevo a juntar suas mãos as minhas;
Vamos para onde? O que importa?

Estou deitado,
Montamos as peças humanas
No palco de nossos desejos
Na cena de nossas carícias
Me atrevo a dizer com as mãos;
Ou toco de falas teu íntimo?
O que denotas?

Estou terrível,
Sim, eu sou terrivelmente louco;
Desmedidamente bobo desta corte sua
Na mais conveniente das verdades.
Onde estamos agora? Quer mesmo ir embora?

Nus de alma e coração lavado
Eu, na companhia destes braços-noite
Entrego-me além das semas,
Da última flor do lácio.

Olhos nos olhos, lábios nos lábios,
Risos e suor colados e calados.
Não digas nada. Milagre não se explica.
Mais que palavras. Uma palavra
Amor, amor e amor.


Michael Wendder
Composto na madrugada de 07 de dezembro às 04h17min, inspirado na idiossincrasia de R.M.

Parem os ponteiros



A noite está apenas começando
Eu vou perder a calma com relógio
Minha alma para a tua e o juízo,
Meu nos braços teus, somente.

Enquanto minhas pernas levitam
E meus lábios enroscam tuas teias
O mundo saltitante dá as caras
Freia bruscamente a 12mil km/h.

Então, me recomponho tremulo
Sem jeito ou graça, com um riso bobo
Chapado no rosto, aqui, no pescoço
A noite está apenas começando

E eu nem quero saber do sol raiar.
Não pelas próximas tantas horas.

Não enquanto você estiver aqui, comigo

Michael Wendder - Direitos reservados

Composto na madrugada de 30 de novembro de 2010 às 03h33min, inspirado na idiossincrasia de R.M.

Site



Galerinha do mal, em janeirão, o nosso site volta ao ar. Em dezembro, entro em estúdio para gravar algumas canções e vou partilhar com vocês... Mas, já vou avisando, se alguém ficar surdo ou louco, não pago indenizações. Aliás, não "pago" nem a luz pra dormir, que já é pra economizar.


Aquele abraço. Forte, apertado e travesso. (Uiiiiiiiiiiiiii)

Michael Wendder, o sanfonerim safado. E ah, isso é uma longa história.
Da próxima eu conto. Fuisssss

Diz, erres


Digo,
Eu redireciono minhas forças todas juntas,
Todas as canções que cantarei em atos,
E todas minhas lágrimas que chorarei em versos,
Pra algum lugar secreto que deténs a chave.
Quero que me escondas!
Perda em mim o cheiro das tuas carícias
Pra que eu possa achar o toque desse aroma.
Digo,
Eu manho minhas tardes cinza; gris além
Na malha fantasia que tu deixas. Eu sigo.
Cada pétala de palavra que exalas
Cada entalhe postulado que espelhas.
Eu findo. Paro e recomeça o ciclo.
Digo,
Eu te amo. Assim, literalmente
Na voz de um anjo brando
Na tela de um ser excêntrico
Nos riscos de um menino livre
Na rua, na chuva, na saúde e em paz
Eu te amo em cada detalhe
Até nas risadas: Ra Ra Ra Re Ri Ro Ro
Digo,
Nunca se esqueça que eu te amo.
Pois eu não esqueci do erre.

Michael Wendder - Direitos reservados

Composto na madrugada de 25 de novembro de 2010 às 01h06min, inspirado na idiossincrasia de R.M.

Terra brasilis


Que mundo gozado esse!
Uma puta presidente;
Escondida atrás da sombra,
Bárbara, barata e barbuda!

Mas é assim mesmo. Falácias da vida.
Um beijo no escuro, sem muitos sussurros
Só grande arrepio e dor. Medo, asco.
De repente um grito, dois gemidos,
Quiçá e já não se sabe quem melou o que.
Só restaram as atômicas formigas
E os gafanhotos desvairados da paz

Que mundo biscate é esse que
troca seus valores na bolsa capital?
Que mundo de ações sem crédito,
endossado a rogo na matriz maior?
É esse café tão ordinário que mamãe vai detalhar?

A cama esta vazia, só os mercados restam cheios
Qual é o teu negócio? Eu quero ser teu sócio
Aqui, ali e acolá, na marginal falcão dos morros
E fronteiras. Dos cortiços e internatos.

Quem sabe ainda recebo outra Carta,
Cheia de princípios, sem retalhos.
Não, não. Pensando bem, Cartas não fazem milagres
Afinal de contas, quem precisa
de princípios exclusivamente?
Eu quero resposta. E num uma folha de papel
Que começa com "Nós, os representantes do blá bla blá
E termine num fúnebre: Amém! Não, não!
Eu quero respostas.

Que mundo gozado esse! Só não leva ao orgasmo.

Michael Wendder - Direitos reservados

Beleza


Agora que desperto êxtase
Próprios dos traços da esgrima;
Os meus cuidados graciosamente;
Lustram postular tua simetria.
Olho e molho minha candente alma.

Então a qualidade de perfeito surge
Mesmo na imperfeição dos gestos meus;
Esteticamente detalhado. Orquestra!
Regrado por um ímpeto harmônico.
Isto à qualidade de venturas rítmicas;
Torna paulatino o coração acelerado;
Ontem, hoje e amanhã, eu paro.

Abdico este ser a teu olhar preciso;
Zeloso e espera do milagre do amor;
Um brado de vozes diferentes soam;
Me dizem o que procuram essas almas:
Amor fito além da morte e dos porquês

Michael Wendder - Direitos reservados

Brasil


Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro,
vou cantar-te meu protesto;
Brasil dos milhões de famintos de
pão, paz, de carinho.
Eis aqui meu manifesto
Porque eu te amo doce mãe do sul
Porque eu te quero bem florão anil
Brasil dos grilhões libertinos
De rosas sem destino,sem amor e sem progresso
Será? Cessarão os gemidos das mulheres
e dos filhos pegos pela violencia, pela aversão,
pela indiferença dos osnhos meus e seus?

Eu vou cantar pra ti parte desse amor
Ferido e magoado mas que ainda é amor
Eu vou cantar pra ti os sentimentos meus tão seus

Brasil, dos filhos deste solo és mãe gentil
Brasil

Canção composta na tarde de 07 de novembro de 2010 às 18h36MS

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Desabafo


Só os homens de verdade choram. Os de mentira são abastecidos;
De mesma sorte valem-se os loucos. Só eles vivem. Os sãos encenam.
Os bons acenam e os maus desfilam. A vida é justa? Emagreça.
Viva La revolucion!

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Oração do patriota


Meu verde, tão continental proeza;
Desembarca brancos-negros, pretos-índios;
E amarelo-azul em símbolo.
Meu verde cor-de-rosa arco íris;
É coração de mãe ousado e livre;
Que os seus, os meus e os nossos clamores;
De voz e filhos, de pais e netos, acolhe;
Tolera na balança dos valores a matriz de todos sonhos.
Meu verde que à cor de griz caminha;
Posto, assombra à beira do abism, é cego.
Um resto fora do lugar, um gesto nada tão peculiar e atos
Tão atados ao desprezo e comodismo que dão medo;
Medo de ver o ego seu e meu queimar no altar do sacrifício o amanhã.
Meu verde pedaço da humanidade, se possível
Pare, pense, ouça e reflita: Crescer é bom,
Mas saber trocar os passos é o segredo.
A meu verde púrpura, volte a ser azul e branco.
Torne a ser a linda terra onde canta o sabiá.

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Esse meu amor


Esse meu amor, a mais humana das paixões;
No árido terreno de uma inquietação que só;
Finda de início circulares esses planos;
Dilata emudecida essas tão surdas razões;
E segue contra tudo que li e sei; pondo;
Ao senso contra, tudo acho que sei e vi.

Esse meu amor, esse meu vadio amor;
A mais frágil das manhas serranas;
Despido de nuvens e nu de brisas;
Para no espelho d'água e procura,
Pelas sombras refletidas do futuro.
Pela brasa interior que move os homens.

Olho no espelho pra encontrar tu'alma;
E molho meu destino pra regrar tua regras;
Vamos a tréplica ou ficamos assim?
Calados, olhando, beijando, nos querendo;
E requerendo montar esse momento pitoresco;
E particular que desenhamos na imaginação.

Olho no espelho pra encontrar tu'alma;
Ou pra não perder a minha vaidade de ser teu?

Esse meu amor, a mais lidima canção do nauta;
Regrada a lágrimas de justiça e bem querer
Derrama no desterro seu a guia estrela;
Da saudade que insiste em rolar rosto abaixo;
De um ego anarquista e revel somente.
O meu amor, esse calor que à porta espera;
Desiste aprender em ser só pura e simplesmente
Por ser assim: a mais humana das paixões.

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Amém


A oração acabou e não mais suplicarei a teu intento;
Sabes, as coisas tem que acontecer naturalmente;
A prensa em que fazemos nossas formas derretidas;
Acabam por ferir a arte deste culto de cuidados e amor.
Ao menos, a cada lance deste jogo olhar aos meus cuidados;
Para os movimentos detentos que liberto a luz das sombras;
Chora meu anjo no cálice da perda;
Corre meu querubim pelo trilho da espera;
Os céus estão virando a lata, os ossos, e liquidificando tudo
E eu? E eu? Que estão fazendo por mim e ti. E nós? Onde ficastes?
Grita meu anjo no silêncio da dor;
E vaia a deusa as nossas ousadias.
Pena que passou nosso presente futurista
E passado ressurreto dá as caras. Tenso. Penso. É o fim?
A oração acabou: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Amém. Amor.

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É isso que eu sinto por você!


Eu queria dizer pra você que eu te amo
Simples e direto, sem meio termos ou colocações
Olhos nos olhos. Eu queria gritar aos bilhões que te amo.
Mas a nossa rosa é fechada e insiste em conservar os seus perfumes.
Não está pronta pra dividir o jardim com outros tons e aromas,
E ainda não aprendeu a ver os céus com mais estrelas que possui,
Nem o mundo com mais galáxias ou vidas além desse espaço;
Pitoresco e vaidoso que a mãe às ordens-pai cegamente segue.
Eu queria dizer tanta coisa pra você, tanta coisa boa, digna
Tanto carinho e zelo que levo e trago comigo aqui, guardado
Mas, as vezes só palavras não bastam. Elas são apenas o ponta-pé
De uma estrada cheia de percalços e longínqua, quase sem fim;
Que todos sabem de onde partem e pressupõem onde querem estar.
O bom de você, sabe aquela química bacana? Nossa! Nossa! Nossa!
O bom de você é que você me inspira e ao mesmo tempo eu te respiro
E nessas “coisas” que nem Durkheim explica e sigo rindo, vivendo.
É bom ter razões pra pensar e até mesmo pra sorrir da graça da vida.
É o milagre das coisas se modificando e refazendo novos milagres;
Ah! Como eu queria dizer que eu te amo. Livre e sem culpas.
Certo e sem temer as provocações das pragas à semente.
Mas enquanto às sombras voam pra encobrir esta estada;
E o privilégio certo tenta ser o novo avesso.
Não mais que direi que te amo. Eu queria muito dizer;
Mas, demonstrarei. Atos falam mais que palavras
Se titubear-me a voz da fala, ouça o som do meu coração
Dizendo que é complemente seu todo esse Samba-Bossa-Novo!
Isso não é poesia. É a minha alma cantando em palavras.
É isso que eu sinto por você: Amor!

Michael Wendder - Direitos Reservados

Composta na tarde 23 de setembro de 2010 às 14h22min – MS
Inspirado na idiossincrasia de RM

Matrimônio


Casei, agora ando armado todo dia;
Meus amigos fugiram de mim;
Meus parentes prestam continência;
E só restaram tropas e soldados comigo;
Agora, 07 de setembro é todo dia;
Sempre que saio às ruas com anel no dedo
E o "bemzim, armado" do lado,
Ouço sárcasticos louvores de todos os cantos
Milahres de querubins de asas quebradas berram:
Abram alas para o desfile: Lá vem o canhão!
Puta que os pariu e a mim também,
Onde estava com as cabeças?
O jeito agora é ir pra guerra, né bemzim!

Michael Wendder - Direitos reservados

Devaneios?


Chama minha alma à loucura;
E queima à flâmula que flutuando
Caminha à despertar esse oráculo.
Atenda sempre a voz do ermo;
E foge das entranhas naus da cura.
Sem medo ou pressões latentes;
Retorne a ligação depressa; rápido, vai!
Logo que der tom o pulso que resguarda este herege
É tenso estar no cárcere da liberdade;
Preso na ausência da convicção
E morto numa existência vazia de porquês.
Chama estas linhas sem Estado;
De tudo quanto temes ou mitigas:
De rosa, de amor, de pobre, de gente...
Chama de louco? Esta, posta está e sua, queima?

Michael Wendder - Direitos Reservados

Mãos a massa


Chorar? Tente sufocar as gotas de soluço afoitas;
Refaça os passos que o futuro chama incandescente;
E ascenda em nível brado militante a alegria singular;
Da velha e boa colcha de retalhos detalhados.
Sorrir? Só ou junto, gargalhar momentos é vital,
Quais são ou hão de ser, quem sabe os dias seus,
Aprontando as malas vem e vai do placar dois a um.
Maracas! Em reforma, mais breve torna impecável;
Viver? A eterna certeza de ser mortal e mais útil;
Ou menos fútil que uma imortalidade vazia;
De amor, de tinta, de pele a pela orvalhada.
Chorar? Tente soluçar só de alegria e se mundo cair
Mãos a massa, construa novamente a sua história,
Geografia, matemática, negócios, paixões, sua vida.
Mãos a massa, mãos amassam, mãos a caça!

Michael Wendder - Direitos reservados

Multidão


Um grito na multidão é sussurro
Ainda que empenhado de todo intento
Na calada da noite, um sussurro é como um grito
Ainda que fechado e obliquo.
Um grito, um sussurro e um susto:
Meu Deus o imposto aumentou.
Sem gritos, sem multidão, sem sussurros ou gemidos
É racionamento de idéias e vernáculo
Quando a crise chega, todo resto se dissipa
Economiza ou vai-se embora.

Michael Wendder - Direitos reservados

Thamis

Menina travessa de remelecho sapeca
Ai! Assim o véi num guenta.
Se eu tivesse no Alasca o mundo inundaria.
Eu fico quente quando vejo você.
Praticamente derretível!
Saca só: Livre de métricas, questões
Menina moleca onde estava que só te conheci agora?
E, antes tarde que nunca. Hoje e pra já
Resto mais quente e efervescido. Alias,
É loira intensa e só que adoro quente.
As demais, quanto mais frias melhor.
De sorte que meus lábios te acenem
E frívolos assistam dois outrens
Acerca deste herege e denso modo
Te quero e adoro sempre assim a berta
Disparando emoções e lágrimas de nós e eu.
Jesus, Maria, José e dois filhos de Francisco
Eu amo essa sapeca menina gigante.
Ai! Assim o véi num guenta.


Michael Wendder - Direitos Reservados - Composto exclusivamente à irrevererência de Tamiris de Paula. Três Lagoas/MS - Palmeira D'Oeste/SP

Começar de novo



Segure minha mão bem forte;
Enquanto ecoa neve do outeiro;
E solte o jeito tenso de seguir avante;
Degraus abaixo desta escada rolante.
Crescer humano é morrer mortal;
Em todas mundanas e envaidecidas paixões.
O tempo não para. Mas, muda de rumo,
De estágio, de deus e de religião.
Os profetas destes atos hoje;
Que gravuras nos marcam à face;
São nós travestidos e fartos.
São nós transviados e gratos.
Aperte minhas mãos de tal sorte;
Que a morte aparte o "tal".
Sendo o mal à eloquência de Esopo
Tens travessos de açucar e farra.
Por fim, para o início, me sigas
Aqui, logo ali, bem de perto dos caracteres
Do ponto final de seus esteriótipos.
Começar de novo?
Segure minha mão e bem forte. Aperte mesmo. Mas,
Não se esqueças do calor das suas.

Michael Wendder - Direitos reservados

Pra que eu renasça



Tenha paciência comigo e calma com meus feitos
Há anos não sentia o gosto da liberdade
Nem o sabor em cheiro-amor que traz-me. Nada.
Por isso, me ouça um segundo de aquilos
Eu saberei ser grato. Eu sempre sei. Imerecidamente
Gratinar a espera deste seu milagre me notar.
Tenha calma com minha inconsistência,
Essa massa de paixão vai evoluir, acredite
Não peço a eternidade, nem sua mão à minha.
Requisito que devolva meus pés ou que me trage o chão,
Pra que eu renasça.

Michael Wendder - Direitos Reservados

Aroma



Ele passou por mim como trovão na tempestade;
Minhas pernas termulavam à bandeira
E um sarcastico sorriso me ganhou e sumiu na noite;
Quando ele voltar no ar disperso: me traga.

Ele passou por mim na multidão e marcou à brasa
Do desejo e do desespero e da agônia e vontade;

Ele passou e repassou por mim e fixou,
O perfume dela, da rosa e deste aroma que procuro
Incessantemente. Que perfume é esse Gabriela?

Michael Wendder - Direitos reservados

Inspirado na idiossincrasia de J.M

Carma


Carma, meu destino é ser a própria ponta do lápis.
Pra que a pressa da textura em revelar segredos mapeados?
Por que os caminhos acetinados sacrificam tantas portas?
Carma, meu casulo é só a parte toda destes fios de cor.

Carma, professor o que diz? Dê uma luz Buarque?
São ações ou canções humanas e suas conseqüências;
Jogadas aos braços da lei de causa e efeito?
Carma dos seres de áurea, iluminados (...)
Carma de primo, de sogra, das Minas Gerais, Uai sô!

Michael Wender - Direitos reservados

Tatuagem



Todas essas gravuras na parede
Pretas de nanquin e sombras;
Misturadas de pedaços orgânicos;
Num vácuo cristalino de convidativo adeus;
Aquecem as noites cálidas da tropicalia sul.

Essas todas tatuagens que estampam as janelas;
Denunciam que os entalhes da médula deste ente
Solitariamente envelhecidas, brotam um benéfico: sei lá
Atolado o poço raso e cravejado de sinas,
Quiçá mais, talvez menos, pra divir as cotas
Dessa só, ansiedade que abriga a alma.

Michael Wendder - Direitos reservados

Violentados



Pare. Um suspiro e pare.
Ouça os passos gemidos;
Romper o arrastar prisão sem chave.
Pare. Veja nossa flor murchar,
Em gotas de grito e olhe.
Olhe estas mãos manchadas de medo.
Viu? Ouviu? Parou? Silêncio. Psiu...
Sinta o cheiro fético que perfuma,
A causa esquecida que nunca lembrada
Senta e encena no palco vil dos desgraçados.
Ande, vamos. Ande pra varrer o sangue nas escadas
Pra estancar a alma violada e os sepúlcros caiados.
Anda, pelo amor de Deus. Anda.
Vão morrer estas semestes por um produtor insâno?
Ande, Anda. Não, não. Voe na divisão dos abismos
Que abertos são, fétidas feridas de vergonha.
Desfiguras e sem perfil próprio, esconde-escondem
Suas vidas neste jogo real demais pra ser mentira.
Enquanto risco e tu lês;
Milhares de milhares destas rosas são:
Vítimas da sorrateiras "sorte" do adeus,
do desejo, da sociedade minha e sua.
Estanque o câncer animal jardinado
E dê a sua psique vindoura a chance mínima
De brotar, ainda que sobre pedras, frias e calculistas.

Michael Wendder - Direitos reservados

Ave Roma



Esqueci os pergaminhos no Egito;
Com ele, todos os desejos do escriba.
Náufrago à dispersão do Nilo;
recolho estas areias serpentinas.

Vieram tantos pós escritos, mas,
Só cinzas da Alexandrina;
Só restos animadamente mortos!
Tornei Bárbaro e sem graça;
Antes da loba parir Roma.
Esqueci de assistir a este e estes;
Que cultura não se faz, se vive,
Na extensão natural de cada esfinge!

Ave Roma? Não. Ave hoje!

Michael Wendder - Direitos reservados

Sol maior



Se esse meu coração pudesse sambar a valsa
Que tocam ao fundo dos eufóricos tambores;
Eu daria eu jazz de tango, pra viver essa mistura.
Eu não sou louco, nem normalmente são. Quem o é?
Mas, ao fundo destes raros seres que nos cercam
Vejo o que os outros grifam e risco deles, sons.
Se esse meu coração pudesse bailar o frevo louco de Mariah
Gaga certamente reinaria no Axé Baiano. Oxente, my God
Pirou? Não. Só estou compondo. Batendo tudo junto e misturado
Pra experimentar um novo saber disto, daquilo, deste, de nós,
De vozes, de olé, olê, olé. O tom de hoje é Sol maior.

Michael Wendder - Direitos reservados

Só hoje, pequenina




Só hoje, quando as tardes ainda raiam no céu
Um sol desperto que despido voa o pássaro celeste
E eu tenho vontade de chorar um riso pela vida
Me abraça sufocantemente a calma que meus pés tremidam
Vem! Só hoje: vem pra mim de novo. Afinal nunca partistes
Do alcance dos meus braços ou relances dos meus olhos.
Só hoje, quando as felicidades são rimas em versos, prosas
E as lágrimas vão fábulas aquém de nós e vós,
Retarde sua mágoa pequenina, retarde seu rancor.
Dentre instantes será noite e verão tarda chegar
Aproveite o sol de agora e só hoje pequenina, ao menos hoje
Não deixe o frio do inverno congelar seu coração.


Michael Wendder - Direitos Reservados

A geração das rosas


A geração das rosas semeadas
Que ainda não brotaram da semente
Não tem voz ou cor. Não mãos ou braços.
Não tem nada. Nem são rosas ainda. Nem são rosas ainda!

A geração das pérolas pensadas
Queiro ainda planejá-las. Tão somente
Além viver, criar, crescer. De passo a passos.
A geração das pérolas pensadas tem que ser bem-vinda!

Este lar que hoje vai-se errante;
Maturou tantos, os lares, mas e agora?
E amanhã? Quem vai ouvir a voz que não nasceu?

Este berçário quente que titubeante
Paulatinamente ascende de hora em hora
Saudades de você que mato, todo ateu.


Michael Wendder - Direitos Reservados


"O soneto acima nasceu das palavras de Ilma Dra Norma Sueli Padilha, no lançamento de sua obra "Fundamentos Constitucionais do Direito Ambiental Brasieiro", marcante as expressões "A geração futura não tem voz". Se nós, não cuidarmos do meio ambiente, da família, das ações que motivamos hoje, além de mero discurso eloquente e pronto, não haverá amanhã. Pense no hoje, mas, planeje o amanhã. A geração das rosas (crianças, nossos filhos), agradece.

Parabéns, a Dra Norma pelo sucesso merecido. Nos honramos!

Ambíguo



A luz está acesa, tuas pernas me convidam;
A taça está vazia e o biquini é tão pequeno.
Tatuagens canto ao verde e ainda pouco roxo;
São imagens desta mente ou paisagem ao fundo posto?
Pense se apagado: um gigante pirulito! Chaves, cadê você?
Sou mais a cena um e bem sei que tu também. Não? Duvido
Todo mundo é muito ou pouco mais devasso que se espera.;
Tira esse sorriso bobo da cara é só uma imagem, sua mulher é outra!
Quem mandou casar mal!


Michael Wendder - Direitos Reservados

A cena



E foi assim...
Eu olhei pro teu caminho enquanto ias;
As luzes em clarão tons fortes chamam;
Trocastes passos ou o mundo acena?
Diretor, da pra fazer de novo?
O palco está pronto, o enredo está posto: que cena!
Restaram os copos sobre a mesa, o cigarro entrededos
Os verdes, amarelos, aquarelas gris,
Não sei se estais indo ou voltando,
Só sei que parei pra compor esta cena.
E foi assim...

Michael Wendder

Eros





Sou mais eu que você, sabia?
Só queria acreditar nessa inverdade.
Sou tão teu quanto meu de dia,
De noite e em toda esta vaidade.

Vou mais frio que seu ego,
E mais ferrenho que as chamas.
Vou? Não sei. Estou cego,
Será qu'inda me amas?

Brigo comigo por te amar assim
Eu te odeio e te quero sempre
Perto de mim e dos meus cuidados.

Eu não tenho vergonha, nem medo do fim
Eu te odeio e te quero sempre
Aqui comigo, livre de culpas, dores, pecados.


Michael Wendder - Direitos reservados

Poetando




A pena vôa no papel da mente;
Riscando as curvas de Copacabana;
Somando as guias de linhas da gente.
Camoes: Que será tropabana?

Mergulho na orla da praia;
No surdo reino das semas;
"Tô preo" se um bobo me vaia;
Sou eu quem componhos seus temas;

Pardais, sinfonias e garças;
São lindos arranjos na pauta.
Mas, pode ou não podes chorar?

Meninos, Meninas e "parças"
São parte do som desta flauta?
Quem tem a verdade pra dar?


Michael Wendder - Direitos Reservados

Embriaguez mental




Bebo pra esquecer as mágoas de um amor pequeno que não soube ter-me

Ou de uma saudade grande que nunca foi minha (...)

Ah, sim, eu bebo. Bebo porque tenho sede de ver

a tua alma saciada na minha agonia

E o teu pranto secar nos tantos rios que tu me fez partejar

Bebo, bebo e beberei hoje e sempre até que

não tenha mais o que beber ou que chorar

Té que não haja mais o que soluçar, te não haja mais o que pedir

Eu hei de beber todos os soluços que ainda hei de soluçar um dia

Mas uma coisa é certa: Não mais patinarei

Por fim, eu bebo mesmo, e não vou usar de versos pra esconder

Que tu já eras e que bebo, bailo, bebo, bailo e bebo mesmo, sem pudores

Essa embriaguez mental de um ser ébrio desalinho


Michael Wendder - Direitos Reservados ao autor

Súmula Vinculante


Entendo que és obrigatória e mais que um valor absoluto,

Razão que a pugno pacífica, sem culpa ou dolo. Sois apenas,

Fruto da provocação de corpos e não mera gama de ofício.

E qual nosso entendimento? Que são esses tantos princípios?

Cadê nosso vínculo reto? O elo entre pais e filhos, entre gens e a pólis?

Se quem tem o dever instruir se cala, rogo-lhe que dite-me o caminho;

Por onde passam pessoas e pessoas, gentes e gentes, caras e caras

E por fim e fio adentro e, descobre-se ou tenta-se sondar

Qual é o teor dessa vinculante vida? Diga-me o pleno, se souber

Diga-me você, se puder. Melhor calarmos. Silêncio. Vamos viver!



Michael Wendder - Direitos Reservados

Palavras de sábado


Jogo-me nos braços da tarde
Querendo girar no colo da terra
Onde o sono me ganha ninando
E tento a ti com carinho.
Ainda que viva eterno ou que hoje
O fim me convide pra ida sem volta,
Jogo-me na cor desse sorriso e nelas,
As palavras suas que jamais esquecerei.
Afinal de contas, nossas dores humanas
Nossos medos de altura, baratas e “caras”
São pequenos, perto dos tantos momentos
Minúsculos Himalaias cultivados em Itu.
Jogo o seu jogo e aprendo que
As coisas na vida não precisam fazer sentido
Elas só precisam te fazer feliz. Troca granola pra mim?

Linhas gentilmente escritas e dedicadas à Viviane Ap. Rocha (Josi), Bacharelando Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Direitos Reservados

Memento Mori



Corra livremente pelas areias alma minha
E seja completamente criança outra vez;
Liberte esse menino das amarras maculadas,
Dos sonhos frustrados, da coisa perdida e caminhe
Sim, caminhe. É caminhando que nascem estradas
E não importa para onde elas vão. Em que sentido? Norte ou Sul?
Pra que saber? Que diferença faz ou há no final do arco Iris quando
Se busca não buscar absolutamente nada e tudo ao mesmo tempo?
Destranque-se menina. Fuja menino. Liberte-se: Carpe Diem
Mas, lembre-se de és mortal


Michael Wendder - Direitos Reservados

Monet - Poesia pílula


Arrepios à descompassada graça;

Risco o risco e traços soam cor;

Tão menina e mulher à caça;

Estanque de amor a dor;



Direitos reservados ao autot

Parabéns Pânico na TV!


Clique sobre a foto para assistir o vídeo


O programa humorístico "Pânico na TV" nos fez chorar de rir inúmeras vezes. Contudo, na edição que foi ao ar neste domingo, dia 23, o lendário programa, por sinal o melhor das noites de domingo, nos fez chorar de emoção.
É impagável (sic) o sorriso no rosto de Gorete (Paula Veludo) em sua nova transformação. A história de vida, as dificuldades enfrentadas, o abandono de sua genitora, é apenas um pequena ponta do iceberg da vida desta guerreira, ainda mais numa sociedade hipócrita e preconceituosa como a nossa.
Passaria a noite toda digitando e tecendo elogios a equipe do Pânico na TV, mas as imagens e vídeos falam por si. Pra o programa apenas fez mais um "merchan", pra outros foi mera forma de alavancar audiência, pra uns A, pra outros B. Contudo, para este telespectador assíduo e para Gorete, foi uma transformação, geração de uma vida que o tempo e as circunstâncias roubaram.
"Quem faz um ser humano melhor está a um passo mais da alegria eterna que se possa imensurar"
Paaaaaaaaaaaaaaaanico na TV. Nossos aplausos galera.... "Ki bommmmmm"



Eleições 2010




A ORIGEM DE ALGUMAS PALAVRAS MUITO DEBATIDAS NESTA ÉPOCA ELEITORAL - De DEONÍSIO DA SILVA por Michael Wendder, adaptado

2010 ano eleitoral. Ano em que os gladiadores serão lançados ao apreço das massas, por que a cidadania é algo bem mais profundo que simples e meramente votar. Exercer o direito de sufrágio é algo tão poderoso que quase não se pode mensurar tamanha causa. Mas, se assim o é tão forte, tão poderoso, porque insistimos em viver nos cilos do "pão e circo", no cliclos do "cabresto", da ignorância? Porque? Na certeza é mais cômodo para ambas as partes continuarem de tal forma. De um lado a massa descrente anseia eleições apenas para "arrancar" alguns reais dos candidatos, pouco interessando a coletividade. O que vale é o cada um por si e Deus por nós - Na contramão desta, os políticos que mal acostumaram nossa gente, reforçam seus programas e auxílios do espetáculo Dantesco da "Cidadania participativa"

Olha que oralidade, fui a procura etimológica, ou seja, da origem da palavra de alguns termos que usamos em período eleitoral e deparei-me com eles, a saber, os candidatos são assim denominados porque na antiga Roma aqueles que se apresentavam a cargos públicos vestiam-se de branco. Suas vestes semelhavam a toga dos sacerdotes. Com isso, queriam demonstrar que eram puros, sobretudo em suas intenções. A palavra candidato veio de candidatus, vestido de branco. É mole ou quer mais? Vestido branco? Ocorre que eles reduziram a peça do vestido ao colarinho. Atualmente, quem tem vestido branco é mãe-de-santo. Alguns de nossos expressivos congressistas, valhem-se do "colarinho branco". Afinal de contas, o Brasil é um país tropical, muito calor aqui para usar vestido. Só o colarinho já está de bom tamanho.

A escória que nos governa esqueceu de uma coisa, ou de muitas mais, dentre as quais, a cor branca está associada, desde tempos remotos, às idéias de pureza e honradez. Nas democracias, marcadas por escolhas periódicas de representantes do povo, os candidatos passaram a vestir-se de muitas outras cores, mas permaneceu a etimologia do vocábulo. Entretanto, dado o que aprontam vários deles, inclusive depois de eleitos, a pureza foi sacrificada em nome de pragmatismos diversos, que incluem alianças dos supostamente puros com os comprovadamente corruptos.

Eleição (A ereção da massa, o tesão da cesta básica, o típico "malandro é malandro, mané é mané") também é palavra de origem latina. Veio de electione, escolha. Nos começos de nossa história política, exigia-se do eleitor certa renda, mas não instrução. Votavam apenas os ricos, ainda que fossem analfabetos. Depois estendemos o voto a todos os maiores de 18 anos, ricos e pobres, desde que alfabetizados.
Nossa atual Constituição, de 1988, revisada por Ulysses Guimarães na placidez da Fazenda São Joaquim, em São Carlos, no interior de São Paulo, conferiu o direito de voto a todos os brasileiros maiores de 16 anos, alfabetizados ou não. O voto é, no Brasil, além de direito, dever, já que é obrigatório dos 18 aos 70 anos.

Lindos os dispositivos da Carta Magna senhores, mas vos indago. O que mudou de Roma para cá? Exige-se instrução para votar? Óbvio que não, afinal de contas, “A politicagem busca gente que saiba ler, escrever e votar, não os que saibam pensar”. Hei, psiu: É facim, facim dona, só apertar os números lá e apertar no verdim. (sic) É tão "fácil" que até parece ritual macabro" e a idéia é essa. Uma mão lava a outra e a outra o eleitor leva na cara. Quem já viu político prestando contas fora do período eleitoral espontaneamente? (Piada)

Por fim, vereador, sinônimo de edil, vem do português arcaico verea, vereda, caminho. A função principal do vereador romano, denominado aedil, era verificar e tomar providências para a conservação dos edifícios. Edil e edifício têm origens semelhantes. Com o passar do tempo, vereador substituiu edil, mas as duas palavras designam a mesma função.

O vereador percorre as veredas - hoje elas se chamam avenidas, ruas, bairros, subúrbios, periferia - e vê o que falta ali. Faz seu projeto e o apresenta a seus pares na Câmara, assim chamada porque na antiga Grécia os locais em que os políticos se reuniam eram cobertos por abóbadas, semelhantes às das catedrais.

Em grego, abóbada é kamára. Quando passou para o latim vulgar, as pessoas começaram a pronunciar ""camára"", mas vieram uns falsos eruditos que, para diferenciar sua fala da do povo, tornaram-na câmara, proparoxítona. A língua portuguesa evita palavras proparoxítonas. O latim vulgar, o do povo, era mais coerente: ""camára"", como no grego.

As origens das palavras prefeito e município também são latinas. Os romanos denominavam praefectus a autoridade posta à frente das fortificações que cercavam o município. O praefectus, prefeito, era o chefe do municipium, município, o local onde as pessoas moravam e exerciam seus ofícios, tendo direitos e deveres.

Deputado veio do latim deputatu, enviado a alguma missão. (Gabriel, o pensador já nos revelou que missão foi essa) Em latim, deputare significou inicialmente podar, separar e, por fim, o sentido que hoje tem, de indivíduo que trata de interesses de outros. Já senatus, senado, conselho onde tinham assento os anciães, e senator, senador, o próprio ancião que atuava como conselheiro, também são palavras latinas. Este é também o caso de presidente, do latim praesidente, declinação de praesidens, presidente, designando aquele que está assentado à frente, na sede, no palácio, ocupando o primeiro lugar.

Para a presidência da república temos 3 candidatos expressivos: Dilma (PT) na continualismo, ao menos em tese do governo Lula, que entre prós e contras os benefícios foram assombrosamente maiores que os malefícios. Grifo - José Serra (PSDB), o candidato, na visão deste, mais preparado para a Presidência da República e os desafios do Brasil, rumo a potência mundial do século XXI e Marina Silva (PV) focada basicamente nas questões ambientais.

O poder, a capacidade de transformar a realidade está na assertiva de fazer a coisa certa e, coisa certa é aquela que acreditamos, confiamos. Temos apenas que aprender que “Não existe venda de votos. Existe compra de caráter”. O dia que isso ocorrer, poderemos dar outro sentido a sociedade, além do já preconizado por este, onde “Sociedade é a jaula onde entramos e esquecemos de ser cidadãos”


(fonte do texto principal: JORNAL DO BRASIL online)

Essa nossa indiferença












São tantas as máculas deste solo,

Espaços retalhados ao descaso ...

No chão buracos de uma rotina velha e nova;

Ostensiva e rápida de mais pra nos parar;

São tantos os sonhares deste solo...

Todos os caminhos levam a Roma?

Inventam mil bordões e frases. Será?

Vênus e Vemos o que nada sabemos reclamar;

E essa posição é clara. Nossa disposição: escura.

São tantos afezeres corriqueiros;

São muitas as taferas desta escola;

Enfim, a vida ensina ou apavora?

Meu Deus! Onde foi que eu errei?

O meu, o seu, os nossos pais isto diriam;

Se tão somente vissessem o que fingimos não notar.

Caí chuva, vão anos, papel e lixo impessoal. “Da nada não”

Índios são seres selvagens ou nunca fomos cívicos?

Ví um menino correndo na escória montouro: “Da nada não”

Índios são seres selvagens ou nunca somos límpidos?

São tantas mazelas desta terra, tanto do hoje pra depois.

Meu muro caiu no demagogo mar da indiferença e sucumbiu

Ocasião em que resolvo acordar. Vem de vertical comigo?


Direitos reservados ao autor.

Amor à eloquência


Restou prejudicado os meus dogmas
Em minhas meias verdades
Nos pés de outrem tão escasso santo;
De forma e maneira tal, que este altar de barro rachou;
Demora e déspota tal, que este ser de cinzas abalou;

Restou também as pétalas esparsas sobre a cama
De ventos ironia, de sonhos não vivídos nem comidos na padaria da esquina.
E sabe o que é massa nisso "truta"? Essa irrevencia escracha do poeta.
Toda festa começa engomada. Todo vinho degusta-se à taça.
Meus pudores à farra terminam. Quem matou a morte e gerou a vida?
A nossa história. Só a nossa, não foi diferente.
Só voltou cruel demais pra aceitar o fim.

Ah, e não penses que sou displicente quando digo e falo: restou
Restaram são muitas as caras, taras e bocas que tento esquecer.
Restaram é muito plural para tão pouco amor.
Restou, a mim, e tão somente a mim, a sobra de um homem agora, resto.


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