A geração das rosas


A geração das rosas semeadas
Que ainda não brotaram da semente
Não tem voz ou cor. Não mãos ou braços.
Não tem nada. Nem são rosas ainda. Nem são rosas ainda!

A geração das pérolas pensadas
Queiro ainda planejá-las. Tão somente
Além viver, criar, crescer. De passo a passos.
A geração das pérolas pensadas tem que ser bem-vinda!

Este lar que hoje vai-se errante;
Maturou tantos, os lares, mas e agora?
E amanhã? Quem vai ouvir a voz que não nasceu?

Este berçário quente que titubeante
Paulatinamente ascende de hora em hora
Saudades de você que mato, todo ateu.


Michael Wendder - Direitos Reservados


"O soneto acima nasceu das palavras de Ilma Dra Norma Sueli Padilha, no lançamento de sua obra "Fundamentos Constitucionais do Direito Ambiental Brasieiro", marcante as expressões "A geração futura não tem voz". Se nós, não cuidarmos do meio ambiente, da família, das ações que motivamos hoje, além de mero discurso eloquente e pronto, não haverá amanhã. Pense no hoje, mas, planeje o amanhã. A geração das rosas (crianças, nossos filhos), agradece.

Parabéns, a Dra Norma pelo sucesso merecido. Nos honramos!

Ambíguo



A luz está acesa, tuas pernas me convidam;
A taça está vazia e o biquini é tão pequeno.
Tatuagens canto ao verde e ainda pouco roxo;
São imagens desta mente ou paisagem ao fundo posto?
Pense se apagado: um gigante pirulito! Chaves, cadê você?
Sou mais a cena um e bem sei que tu também. Não? Duvido
Todo mundo é muito ou pouco mais devasso que se espera.;
Tira esse sorriso bobo da cara é só uma imagem, sua mulher é outra!
Quem mandou casar mal!


Michael Wendder - Direitos Reservados

A cena



E foi assim...
Eu olhei pro teu caminho enquanto ias;
As luzes em clarão tons fortes chamam;
Trocastes passos ou o mundo acena?
Diretor, da pra fazer de novo?
O palco está pronto, o enredo está posto: que cena!
Restaram os copos sobre a mesa, o cigarro entrededos
Os verdes, amarelos, aquarelas gris,
Não sei se estais indo ou voltando,
Só sei que parei pra compor esta cena.
E foi assim...

Michael Wendder

Eros





Sou mais eu que você, sabia?
Só queria acreditar nessa inverdade.
Sou tão teu quanto meu de dia,
De noite e em toda esta vaidade.

Vou mais frio que seu ego,
E mais ferrenho que as chamas.
Vou? Não sei. Estou cego,
Será qu'inda me amas?

Brigo comigo por te amar assim
Eu te odeio e te quero sempre
Perto de mim e dos meus cuidados.

Eu não tenho vergonha, nem medo do fim
Eu te odeio e te quero sempre
Aqui comigo, livre de culpas, dores, pecados.


Michael Wendder - Direitos reservados

Poetando




A pena vôa no papel da mente;
Riscando as curvas de Copacabana;
Somando as guias de linhas da gente.
Camoes: Que será tropabana?

Mergulho na orla da praia;
No surdo reino das semas;
"Tô preo" se um bobo me vaia;
Sou eu quem componhos seus temas;

Pardais, sinfonias e garças;
São lindos arranjos na pauta.
Mas, pode ou não podes chorar?

Meninos, Meninas e "parças"
São parte do som desta flauta?
Quem tem a verdade pra dar?


Michael Wendder - Direitos Reservados

Embriaguez mental




Bebo pra esquecer as mágoas de um amor pequeno que não soube ter-me

Ou de uma saudade grande que nunca foi minha (...)

Ah, sim, eu bebo. Bebo porque tenho sede de ver

a tua alma saciada na minha agonia

E o teu pranto secar nos tantos rios que tu me fez partejar

Bebo, bebo e beberei hoje e sempre até que

não tenha mais o que beber ou que chorar

Té que não haja mais o que soluçar, te não haja mais o que pedir

Eu hei de beber todos os soluços que ainda hei de soluçar um dia

Mas uma coisa é certa: Não mais patinarei

Por fim, eu bebo mesmo, e não vou usar de versos pra esconder

Que tu já eras e que bebo, bailo, bebo, bailo e bebo mesmo, sem pudores

Essa embriaguez mental de um ser ébrio desalinho


Michael Wendder - Direitos Reservados ao autor

Súmula Vinculante


Entendo que és obrigatória e mais que um valor absoluto,

Razão que a pugno pacífica, sem culpa ou dolo. Sois apenas,

Fruto da provocação de corpos e não mera gama de ofício.

E qual nosso entendimento? Que são esses tantos princípios?

Cadê nosso vínculo reto? O elo entre pais e filhos, entre gens e a pólis?

Se quem tem o dever instruir se cala, rogo-lhe que dite-me o caminho;

Por onde passam pessoas e pessoas, gentes e gentes, caras e caras

E por fim e fio adentro e, descobre-se ou tenta-se sondar

Qual é o teor dessa vinculante vida? Diga-me o pleno, se souber

Diga-me você, se puder. Melhor calarmos. Silêncio. Vamos viver!



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Palavras de sábado


Jogo-me nos braços da tarde
Querendo girar no colo da terra
Onde o sono me ganha ninando
E tento a ti com carinho.
Ainda que viva eterno ou que hoje
O fim me convide pra ida sem volta,
Jogo-me na cor desse sorriso e nelas,
As palavras suas que jamais esquecerei.
Afinal de contas, nossas dores humanas
Nossos medos de altura, baratas e “caras”
São pequenos, perto dos tantos momentos
Minúsculos Himalaias cultivados em Itu.
Jogo o seu jogo e aprendo que
As coisas na vida não precisam fazer sentido
Elas só precisam te fazer feliz. Troca granola pra mim?

Linhas gentilmente escritas e dedicadas à Viviane Ap. Rocha (Josi), Bacharelando Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

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