Verdade: Não coloques as mãos sobre os seios, minha filha
Tampouco tu, sobre o pássaro, meu pequenino. É feio.
Verdade: Não coloque o dedo no nariz,
Não tussa sem por a mão na boca,
Não mate, não morra, não transe sem camisinha. Nunca!
Verdade: Não coma com os braços sobre a mesa, filha minha
Tampouco tu, de boca aberta que os restos se vislumbrem filho. É feio
Verdade: Descobri sem querer a vida. Descobri em você minha paz.
Não xingue o padre, o pobre ou podre fétido da esquina,
Não tome o que não puder pagar, nem águas paradas de chuva, na rua ou na fazenda.
Zeca, Kid, Chico. Porque a verdade não pode ser uma bela mentira pintada colorida?
Não dá pra misturar um pagodinho, abelha e Holanda? A Vanusa manja. Ela canta!
Verdade: minta pra mim o que e quanto puder e quiser. Mas saibas que sei ver-te
Não fuja das leis, da cadeia ou da comarca sem a prévia autorização deste juízo infantil. Não fuja dos mandados, nem do teu mandato já cassado
Não fujas de mim, ou melhor, dessa casca de vícios minuciosos que é você mesmo.
Verdade? Depende do ponto: do trem, do metro, de ônibus, da van
Da circular, da crítica e até mesmo da oposição. Do ponto de vista. De quem?
Do bispo, do prefeito, dos banqueiros ou da Nova Ordem Mundial iluminada.
Não existe verdade absoluta senão aquela criada por nós mesmos, os cegos.
Michael Wendder - Direitos reservados
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