É preciso dizer que eu te amo?


Parei meu pensamento para riscar as linhas do tempo
E tentar extrair das estrelas um verso gerado em lutas
Que este tempo desconhece, mas que nunca adormeceu
Nem pôs ao sono as batalhas desta mente. Nunca!
Em verdade, a unidade harmônica deste corpo constelado
Entregou-se por inteiro as luzes nunca dantes vistas
E nem quis saber da distancia de casa, do caminho, da felicidade.
Só desejou incessantemente consagrar a paranóia do amor.
De repente, um anjo, tão embriagado quanto eu acena
E o que era o convite petalar da branca e grata rosa,
Transforma-se do desterro abismo emaranhado de acordados sonhos;
Um som ritmado e continuo acelera, transpira e denuncia
O quanto de paixão me sobeja à terna face. Brilha mais forte a luz, agora.
Assim, recobro os sentidos e recolho os papeis espalhados pela mesa,
Meu transe se dissipa, mas, não foge com o vento. Resta comigo.
Estou de braços abertos e olhos fechados apertando vagarosamente
Seu cheiro de vida no calor do meu carinho. É preciso dizer que eu te amo?
Agora, terra, mundo, pensamento: podem voltar a girar.

Michael Wendder - Direitos reservados

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