Dos umbrais da tua janela


Preciso aprender a sufocar as minhas lágrimas,
Beber minha calma num só gole-dose
E quem sabe deslizar num barranco qualquer minha burrice proba,
Preciso nascer de novo? Voltar pro ovo? Que diz, meu povo?
Ah, cala a boca. Tem gente demais falando, gente demais morrendo;
E gente demais matando a espera do milagre antigo: Lázaro!
Desabafos à parte. Canalhices à porta. Tribunal de apartes,
Eu só queria saber o que é o amor visto dos seus olhos,
Estas pretinhas sementes de madura melancia israelita.
Eu só queria me ver como você me enxerga,
Sentir, como você me sente: frio ou ardente?
Moleque, macho ou eloqüente? O que pensas de eu?
Volto a melancolia exordial e choro um sentimento estranho
Não é dor, nem amor, nem ódio, nem desejo ou rancor: Não é nada.
Continuo chorando e, espera um pouco. Estou soluçando em risos,
Rindo ou chorando? Cantando ou assoviando farinhas? Que sentimento é esse?
Poe outra dose de ti no meu copo. Mas, não seques a garrafa do meu coração
Não antes de’u descobrir como seria eu, visto dos umbrais das tuas janelas.

Michael Wendder - Direitos reservados

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